sábado, fevereiro 03, 2018

Da malinha de mão do meu coração


cruzo-me contigo num fim de tarde de Inverno.
Desvias o olhar mas, desta vez, eu vou na tua direcção.
Olá. Respondes. Vamos tomar um café? Que tal jantar?
Aceitas. Dirigimos-nos a um pequeno restaurante que conheces.
Por trás o sol põe-se, o céu satura com vermelho e roxo, uma folha castanha cai no chão.
Numa mesa ao canto partilhamos uma garrafa de vinho sob uma luz ténue.
Conto-te sobre a minha loucura, as minhas experiências surreais e como continuo a ser a pessoa mais sortuda do mundo. Falas-me das tuas viagens, do teu trabalho, da tua mãe.
Debruço-me sobre a mesa e apoio o queixo na mão. Admiro-te. Pareces feliz. Eu também estou.
Saímos e caminhamos junto ao mar. De chinelos na mão, a areia fria faz-se sentir esmagada pelos pés. Estamos a rir e eu tento-te abraçar. Foges. Agarro-te e caímos.
Por cima, o Universo reflecte a sua luz.

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